quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Mensagem do Reitor-Mor aos Jovens do MJS - Parte I




Olá pessoal!

A partir de hoje vamos publicar a mensagem do Reitor-Mor aos jovens do Movimento Juvenil Salesiano. É D. Bosco que nos fala através dele. Aqui vai a primeira parte!


Caríssimos Jovens, 

com esta carta queria chegar junto de todos e de cada um de vós e comunicar-vos o grande afeto que sinto por vós e dizer-vos o sonho constante que guardo no coração: que possais ser plenamente felizes, levando dentro de vós toda a plenitude da humanidade do Senhor Jesus e exprimindo na vossa vida uma adesão plena e testemunhante aos valores do Evangelho. Estou a escrever-vos numa altura em que tanto se fala de Nova Evangelização. Em muitos dos nossos países, Deus parece ter-se tornado um desconhecido, uma pessoa sem a qual se pode passar. Precisamente por isso, hoje, ressoa com mais força a ordem de Jesus: «Ide e fazei discípulos de todos os povos… Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos» (Mt 28,19.20). A missão que Jesus nos indica é um terreno semeado de desafios, mas também rico de grandes oportunidades. A missão constitui um providencial anseio de colaboração entre o premente convite de Bento XVI dirigido à Igreja Universal, para que viva com intensidade este Ano da Fé, e o caminho que a nossa Família Salesiana iniciou rumo ao Bicentenário do meu nascimento.

Permiti que vos diga que então os tempos eram difíceis. Valdocco era uma verdadeira terra de missão… Todavia a presença sensível de Jesus e de Maria nas canseiras do serviço educativo cumulava de alegria o meu coração. Daquela terra de missão, como todos vós bem sabeis, partiram muitos jovens missionários para evangelizar povos e terras distantes. Jovens crescidos no oratório, que escreveram sublimes páginas de história, dando pessoalmente as suas vidas pela educação, pela promoção humana e pela evangelização de muitas gerações de jovens. Esta história de fidelidade e de generosidade, queridos Jovens, continua hoje com todos vós e é um desafio para vós. Neste livro faltam as páginas que só vós podeis escrever. Esta é a vossa hora!

Os ensinamentos de Jesus continuam a ecoar nos nossos dias, com a mesma força: “Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna” (Jo 6,27). A interrogação feita por aqueles que o escutavam é a mesma que ressoa dentro de nós, hoje: “Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?». Conhecemos a resposta de Jesus: «A obra de Deus é esta: crer naquele que Ele enviou» (Jo 6,29). A obra de Deus em vós é serdes discípulos que acolhem com amor a Palavra de Deus, e nela encontram Cristo Jesus. Ser apóstolos que a transmitem com alegria é a vocação de cada cristão. A fé, com efeito, cresce no momento em que nos tornamos disponíveis para a transmitir aos outros. Evangelizar é a vossa vocação, Queridos Jovens!

Evangelizar significa pôr na massa um fermento capaz de mudar a mentalidade e o coração das pessoas e, através delas, as estruturas sociais, de forma que estejam mais de acordo com o desígnio de Deus. Não se trata de uma atividade intimista; evangelizar é desencadear uma verdadeira revolução social, a mais profunda, a única eficaz. Para evangelizar é necessário ter um motivo: estar “enamorados” de Deus, ter feito experiência da sua amizade e da sua intimidade. Neste processo, a atenção deve concentrar-se antes de tudo no nosso coração. Exatamente ali onde se formam os pensamentos e as opções: o coração deve ser limpo de sujidade. Isto exige transparência, capacidade de mergulhar em si mesmo e de pôr tudo a nu, diante do Senhor, os motivos mais verdadeiros dos nossos comportamentos. A verdade dos gestos requer pureza das motivações.

A vontade de comunicar a Boa Nova nasce da superabundância do coração de uma pessoa que foi apanhada por Jesus: uma pessoa profundamente integrada e unificada em torno do único amor de Deus. Trata-se de um amor único porque é central, único porque tem a precedência sobre todos os outros afetos do coração. Puro de coração é aquele que de forma autêntica busca e testemunha Deus. Aquele que, acima de tudo, com toda a sua pessoa, busca o Reino de Deus e a sua justiça. Recordando a minha vida devo dizer-vos que, desde pequeno, uma só coisa pedia ao Senhor: “Da mihi animas! Concede-me trabalhar por Ti, pela salvação dos jovens!”. 

Por isso, antes que o Evangelho ocupe a vossa mente e seja causa das vossas fadigas, deverá ser acolhido na vossa vida e deverá tornar-se a nascente da vossa alegria. Jesus não confia o seu Evangelho a quem não Lhe deu a sua própria vida. Só discípulos autênticos podem ser apóstolos credíveis. O mundo juvenil, sabeis bem, é terra de missão exigente. Saí, portanto, da vossa minúscula, estreita e asfixiante casca. Entrai no vasto mundo de Deus. Ele escancara-vos as portas de uma grande missão, a fim de poderdes sair de vós mesmos e encontrar os grandes espaços, para que possais ir para longe, rumo a novos horizontes, para os quais fostes pensados e sonhados por Deus. Estes horizontes não são, necessariamente, longe de vós. Deus chama-vos, sobretudo, a traduzir e a incarnar a vossa fé no dia-a-dia, naquele tempo comum que, se não for atravessado pela luz da ressurreição, é capaz de esmagar o coração do homem.

Fiquem bem, com D. Bosco e M. Mazzarello!

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